sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PARÓDIAS PRODUZIDAS A PARTIR DA POESIA “E AGORA JOSÉ?” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

JOÃO

E agora João?
A festa acabou,
A noite chegou
O povo já foi,
E agora João?
Quem é você?
Você é um ideal,
Que ama política,
Que culpava os outros,
E agora João?

Está sozinho,
Está sem discurso,
Está sem paciência,
Já não para de beber,
Já não para de fumar,
Está perdido,
Não pode mais retomar,
E agora João?
Quem és você?
Sem gesto, sem fim,
Sem vergonha,
Zomba da mulher, bate nela,
Não veio o perdão,
Tudo acabou,
E tudo fugiu
E agora João?

Você não tem fim?
Mas retorna, faz discurso,
Ganha nas eleições,
Faz protesto nas ruas,
Discute das suas ações,
Briga com os outros,
E ainda por cima,
Rouba dos outros
Faz lavagem de dinheiro,
Corrupto,
Ladrão,
Mas agora João?
Tome consciência de seus atos,
Porque a alegria acabou.

E agora  João?
A noite esfriou,
Não há ninguém para aquecer-se
Com a chave na mão,
Agora não tranca mais a porta.
Mas seu ódio,
Sua doce vingança veio,
Quero morrer sozinho,
Por mais que você pudesse gritar,
Gemer,
Atormentar,
Dormir,
Mas você não morre,
Você é frio João,
Sozinho no escuro
Sem lugar para se acomodar,
Que fuja,
Marcha para longe,
Mas para onde João?

Fabiane Fritsch Scheibe – Turma 302 – Literatura – Profª Cladis M. K. Fripp.



O JULGAMENTO

E agora, Diogo?
E as vidas que você tirou?
As famílias que você destruiu?
E as coisas que você roubou?

E agora, Diogo?
Valeu a pena pra você?
Veja aonde você chegou?
Quem está com você agora?

Antes no poder
Mandava e fazia acontecer
Agora mal consegue ver o sol nascer
Veja como você acabou!

Drogas, bebidas e prostitutas,
Já não lhe satisfazem mais
Agora você é um homem arrependido
Mas de nada vale
Para a sociedade
Você ainda é um bandido.

Veja essa meninha
Ela está sozinha agora
Pois a vida de seus pais
Você tirou naquela hora
Sem dó nem piedade
Você fez aquela brutalidade
Agora te vejo ai
Pedindo perdão atrás das grades.

E agora, Diogo?
Você percebe o mal que fez?
Você sente sua consciência pesar
Ao deitar sua cabeça no travesseiro
Mesmo sabendo que você não é o primeiro?

Sentado no tribunal
Quieto, apreensivo e nervoso
Você esta ouvindo um juiz rigoroso
Ele está ditando seu futuro
Quem mandou ser imaturo?
A hora chegou
O friozinho na barriga aumentando
A sentença foi dada
Você foi condenado.
Parabéns desgraçado
Essa é a hora que me vingo
Pelo mal que tem me causado.

Olhe dentro dos meus olhos
Guarde bem na lembrança
A minha alegria
De te ver sofrendo assim
Pois não é nem um pouco parecido
Com a dor que causou a mim.

Franciele e Jéssica – Turma 302 – Literatura – Profª Cladis M. K. Fripp.


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