No dia 18.05.2012, no saguão da escola, transcorreram as atividades pertinentes a GINCANA 46 ANOS DO MUNICIPIO DE CONDOR. As atividades visavam proporcionar o resgate da história, o que é indispensável na formação cultural da comunidade. A realização das tarefas, a diversão, a criatividade possibilitaram maior integração e conhecimento dos valores locais. A gincana contribuiu para a valorização da comunidade como um todo.
As atividades realizadas foram:
1 - Localizar uma foto da comunidade local e produzir um texto enfocando: costumes da época, diversão, culinária, organização da comunidade, lideranças, relações e interações das famílias e outros aspectos observados na foto.
ESCOLA: PONTO DE ENCONTRO DA COMUNIDADE
No ano de 1976, Condor estava no período do mandato do prefeito Bruno Laux e vice-prefeito Reinoldo Felipe Breunig.
Na foto observa-se a escola Caramuru, localizada na Colônia Cash. Conforme o relato do escritor Bruno Guido Wehrmann, no livro “Condor, comunidade, história e cultura”, esta escola apresentava uma “construção de um prédio de madeira ampla, pela administração pública municipal de Panambi (Condor naquela época, fazia parte do município de Panambi)”.
Na referida foto, ainda aparecem estudantes de várias séries em uma comemoração da Semana Farroupilha. Estão, por esse motivo, alguns pilchados e outros trajados com uniforme escolar.
A escola era coordenada pelos professores José Saldanha Martins, sendo este responsável pela 3ª a 5ª séries e sua esposa Geni Saldanha pela 1ª e 2ª séries.
A maneira de educar era de forma rígida, cujos professores exigiam muito de seus alunos, dando punição aos que fossem desobedientes.
O próprio professor era quem dava a punição, exigia que o aluno colocasse as mãos sobre a classe e nelas era dada uma “varada”. O aluno teria de passar em um canto da sala ou então recebia a ordem de ir para casa. Para que seus pais não ficassem sabendo do castigo recebido, o mesmo aguardava seus colegas para juntos irem embora. Como eram muito unidos, ninguém comunicava o fato aos pais do colega punido, pois corria o risco de ser castigado novamente em casa.
A alimentação das famílias era baseada naquilo que produziam em suas propriedades. A merenda vinha totalmente de casa, pois esta não era servida aos alunos.
Para a interação dos estudantes, faziam brincadeiras a exemplo: caçador, chicote queimado, pula corda, entre outras, sempre realizadas no pátio da Escola.
Nas festas, o professor juntamente com os alunos apresentava cantos e recitavam poesias. Em épocas anteriores, algumas vezes as apresentações eram em língua alemã. A escola também servia como local de encontro e de comunhão dos fiéis.
Como as famílias eram grandes – cada casal tinha em torno de dez filhos – assim quatro ou cinco da mesma família freqüentavam a mesma escola, dirigindo-se para esta a pé, a cavalo ou até mesmo com carroça.
Texto produzido por Mayuri Wendland e Areane Springer – Turma 302
2 - Identificar uma pessoa da Comunidade que toque um instrumento musical antigo. Para essa atividade foi convidado o senhor Reinoldo Marcus, 82 anos, residente na Linha Ramada. O instrumento tocado pelo senhor Reinoldo há 59 anos é o bandônion, na apresentação do dia 18 de maio na escola.
3 - Conhecendo minha escola:
- Histórico da escola, quando, como, porque surgiu, origem e significado do nome.
HISTÓRIA DA ESCOLA
Para escrever a história da Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill, devemos começar no longínquo ano de 1920, quando em dezembro, veio a convite do Dr. Frederico Westphalen, então prefeito de Palmeira, José Pedro Dill e família para assumir os cargos de superintendente e subdelegado do 4° distrito com sede na Vila Sete de Setembro, atual cidade de Condor.
José Pedro Dill casou em 09 de abril de 1905 com Agostinha Baptista Dill. Ela, filha de Maria Baptista dos Santos e Urbano do Amaral.
Segundo sua filha Hilda Schmidt, Agostinha Dill desempenhou a sua função de professora em New-Wüttemberg, no então município de Cruz Alta antes de estabelecer residência no 4º Distrito de Palmeira. Foi nomeada em 21 de março de 1930, para exercer o cargo de professora estadual na então Vila Sete de Setembro, conforme nos assegura uma certidão da Prefeitura Municipal de Palmeira. A mesma certidão informa ainda que nesta mesma data, foi exonerada do cargo de professora municipal em virtude de sua nomeação pelo estado.
Aposentou-se em 1955 e faleceu no dia 10 de maio de 1976, no hospital Sete de Setembro de Panambi, com 91 anos de idade.
A professora Agostinha Dill sempre lecionou para alunos das séries iniciais, destacando o ensino da língua portuguesa, aritmética, geografia, história, ciências, moral e cívica, canto, ginástica e desenho. Por longo período lecionou para classes multisseriadas com cerca de 130 crianças.
A atual escola pública, onde hoje estudam cerca de 500 alunos, já esteve instalada em outros locais.
Agostinha Baptista Dill começou a exercer sua atividade como professora nesta localidade em 1921, no Salão de Pedro Gaertner, localizado em frente à atual Firma Lautert Ltda. Pouco tempo depois, José Pedro Dill alugou uma casa de moradia, situada em frente à atual lotérica, na qual uma repartição maior serviu como sala de aula. Em 1924, o casal construiu uma casa própria, de madeira, localizada na atual Praça Pedro Gaertner. Numa dependência desta casa funcionou, a Escola Municipal Isolada Santa Terezinha, onde segundo informações populares foi realizada a primeira missa em Condor. Em 1940 a escola voltou a funcionar no Salão de Pedro Gaertner, localizado onde atualmente reside Eugenio Zachow. Pouco tempo depois, ainda na década de 40, voltou a funcionar na casa da professora Agostinha Baptista Dill. Em 21 de abril de 1960, foi transferida para um prédio de madeira (Brizoleta), localizado no terreno onde atualmente funciona a Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill.
Com a implantação da reforma do ensino e em virtude das dificuldades financeiras da então Sociedade Escolar Sete de Setembro, a Escola Sinodal, que era uma instituição ligada a Igreja Evangélica Luterana (escola particular), encerrou suas atividades em março de 1972.
Este fato teve repercussão imediata no aumento do número de alunos na Escola Pública. Tendo em vista que os prédios escolares pertencentes ao estado, na sede de Condor não comportava tão grande número de alunos, a Sociedade Escolar Sete de Setembro colocou os prédios de sua propriedade a disposição do estado. Neste prédio funcionaram, então, as aulas das 5ª e 6ª séries do Grupo Escolar da Sede.
Mais tarde os prédios foram ampliados. Atualmente o espaço físico da escola oferece a possibilidade de funcionamento de 13 turmas simultaneamente em cada turno. Além disso, conta com um bloco administrativo, laboratórios, sala de vídeo, biblioteca, refeitório, computação e cozinha.
A Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill foi criada através do Decreto n° 126/40, Diário Oficial de 13.08.1940, com o nome Grupo Escolar da Sede. Mais tarde pela Resolução nº 111/74, Decreto n° 26.681 de 25.01.78, no Diário Oficial n° 133 de 25.01.1978, a escola passou a se chamar Escola Estadual de 1° Grau Agostinha Dill. Em 16 de janeiro de 1979, pelo Decreto n° 28.170 foi criada a Escola Estadual de 2° Grau Agostinha Dill, com habilitação em Auxiliar de Contabilidade. E, através da Portaria de Unificação n° 0039/82 de 04.01.82 passou a se chamar Escola Estadual de 1° e 2° Graus Agostinha Dill. Em 2000, através da Portaria n° 00084 de 07.04.00 houve alteração de designação, passando a Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill. Pertence a área de abrangência da 36ª Coordenadoria de Educação, com sede na cidade de Ijuí e está situada no perímetro urbano, na Rua Duque de Caxias, n° 273, no município de Condor-RS.
O ensino de 2° grau da escola surgiu através da necessidade de ter um curso de formação geral que atendesse aos anseios da comunidade e que proporcionasse estudo diurno para os alunos do meio rural, já que havia transporte escolar gratuito.
Atualmente a escola oferece cursos de Ensino Fundamental e Médio, no diurno e noturno, atendendo os estudantes trabalhadores. É importante ressaltar que esta é a única escola de Ensino Médio do município.
- Metragem do terreno, organização de um mapa ou maquete da escola.
- Comparativo de fotos: ontem e hoje.
4 - Entrevista com alguém da comunidade sobre: Relato do Processo Emancipatório do Município de Condor. Registro em forma de entrevista, datado e assinado ou em forma de gravação.
ENTREVISTA COM EUGÊNIO ZACHOW
Sobre o processo de colonização de Condor, ele conta que os primeiros a chegarem aqui foram o pai e o tio dele, foi o pai dele que comprou a primeira colônia aqui, eles chegaram montados a burro. Tiveram muitas dificuldades durante a viagem, uma delas era que o pai do seu Eugênio passou o Rio Jacuí a nado para chegar de Santa Cruz até a colônia deles. Seu Eugênio conta que o finado pai trouxe 30 porcos a pé, e perdeu 2 no caminho, atropelados por um trem Maria Fumaça. Levavam três dias até chegarem aqui, em 1910.
Em 1922 foi criado o distrito de Palmeira das Missões, Condor era chamada de Sede Sete de Setembro. O primeiro governante foi Pedro Dill. Em 1954, queria fazer uma eleição no município, que acabou não saindo. Depois, Castelo Branco decretou que Adolfo Ebert seria o interventor, porque era o único que era maçônico. Seu Eugênio contou que a administração do Adolfo foi boa, e que ele governava em uma casa de madeira aonde hoje é a Praça Pedro Gaertner,um lugar muito lindo e arborizado aonde funcionava a prefeitura e a delegacia. Neste local funcionava também a primeira escola de Condor, cuja professora era Agostinha Dill.
Voltando à administração da época, descobrimos que o único colaborador que ainda permanece vivo é Ari Schmidt, pessoa que tem vasto conhecimento da história do município.
Com 91 anos de idade, debilitado pela idade e com falhas na memória ficamos agradecidas ao senhor Eugênio, que se mostrou orgulhoso de ser lembrado. Disse ele que com esta idade tem a certeza de que tem muita coisa que ainda está por ver. Assim, percebemos que os antepassados tiveram dias muito difíceis, histórias que marcaram e modificaram vidas, famílias inteiras que sofreram para evoluir e deixar um mundo que deve servir de exemplo à nossa geração.
5 - Dia da diversão 18 de maio:
- Resgate de brincadeiras, histórias, causos, piadas.
- Interação com a família e comunidade em geral.
